Sem exageros, o Coletivo Gt´aime + Silenciosas, de São Paulo, está dando um show de improviso e técnica nesta Bienal de Dança. No espetáculo Jogo de Dança II, o diretor Diogo Granato e seus bailarinos, acompanhados pela trilha sonora ao vivo de Cláudia Dorei e Lelena Anhaia jogam com o público um jogo com diversão garantida para todos.
A intervenção do Grupo Vagapara (Salvador/Bahia), Isto é apenas uma mulher, com o perdão da gíria, causou durante a Bienal Sesc de Dança. Com performances da intérprete e criadora Isabela Silveira no Centro Histórico e na área externa do Sesc, a mulher sentada sozinha em um banco de praça com o rosto coberto por um pano branco despertou as mais opostas e variadas reações do público.
Embodied Voodoo Game, Grupo Cena 11 Cia. de Dança, de Florianópolis (Santa Catarina), levou o público santista a experimentar dança e videogame no palco e na plateia do teatro do Sesc. De um lado, bailarinos são como personagens de um game que, em um primeiro momento, é dirigido pelo público, do outro lado, que tem a escolha de entrar ou não no jogo.
Com o microfone aberto, alguém da plateia escolhido por uma câmera dita os movimentos aos bailarinos. No segundo ato do espetáculo, primeiro o coreógrafo e depois só os bailarinos jogam/dançam com a trilha sonora de um game. Cada personagem faz seu solo, mostrando suas habilidades, como super-heróis, e ilustrações entram no telão, representando cada um dos integrantes.
Quanto mais global for o problema, mais locais e mais multiplamente locais devem ser as soluções”.
Essa abordagem do pensador português Boaventura de Souza Santos em seu livro “Pela mão de Alice: O social e o político na pós-modernidade” servem bem a ilustrar o que vi e ouvi na mesa de debates dia 3 de novembro no Sesc-Santos com Danilo Santos de Miranda e uma afiadíssima representante da dança e cena cultural francesa Annie Bozzini. Vem de longe minha admiração sincera por Danilo, que considero o maior gestor e instigador cultural do Brasil.
Quinta-feira (05), 12h30. O sol teima em arder. O Centro de Santos pulsa, com a movimentação de office-boys, secretárias, diretores de empresas, trabalhadores que saem dos escritórios em busca de alimentação e de uma pequena pausa. Ao cruzarem a Praça Mauá, uma parada quase que obrigatória estimulada pela melodia hipnotizadora dos Beatles. É hora de jogar, é hora de dançar.