JOGOS DE CORPOS
Embodied Voodoo Game, Grupo Cena 11 Cia. de Dança, de Florianópolis (Santa Catarina), levou o público santista a experimentar dança e videogame no palco e na plateia do teatro do Sesc. De um lado, bailarinos são como personagens de um game que, em um primeiro momento, é dirigido pelo público, do outro lado, que tem a escolha de entrar ou não no jogo.
Com o microfone aberto, alguém da plateia escolhido por uma câmera dita os movimentos aos bailarinos. No segundo ato do espetáculo, primeiro o coreógrafo e depois só os bailarinos jogam/dançam com a trilha sonora de um game. Cada personagem faz seu solo, mostrando suas habilidades, como super-heróis, e ilustrações entram no telão, representando cada um dos integrantes.
Segundo o próprio Cena 11, a proposta de Voodoo Game é “expor dentro de suas definições de corpo correlações conceituais entre dança e videogame, focalizando a função de corpo “corpo vodu” como elemento correlato à investigação corpo-joystick-jogador no desenvolvimento de sistemas de jogos interativos”.
Jogo de corpos ainda em Natureza Morta, do carioca Grupo A3, visto na Caixa-Preta. Corpos protagonistas de Maíra Maneschy e João Paulo Gross, que se uniam, misturavam, colidiam e afastavam, em personagens com emoções à flor da pele, oriundos de pesquisa cênica inspirada de forma livre na vida e obra do artista plástico Farnese de Andrade, O Arquiteto da Dor.
O gelo que alivia traumas e que também queima, conserva dói dura o tempo certo para esse turbilhão de angústias e sentimentos de Natureza Morta. (Fernanda Mello).
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