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Projeto Jogo Coreográfico na Bienal de Dança

22 outubro 2009 Nenhum comentário

Projeto Jogo Coreográfico na Bienal de Dança

O projeto Jogo Coreográfico é uma proposta interativa e divertida sob estrutura e forma de jogo com o objetivo de construir danças. Consiste em uma prática criativa: um processo de criação que não se esgota com o produto, a obra que é o próprio processo, valorizando a experiência viva, a manifestação das singularidades e as conexões entre processo e produto; artistas, obra e público. É uma idéia que reúne dança, improvisação e interatividade em um processo de criação livre e fluido que culmina na apresentação de performances que compartilham com o público a autoria das danças.

A realização desta idéia na cidade de Santos consiste na seleção de 14 bailarinos da cidade, no processo de criação das performances e em uma jornada de muitas apresentações em diferentes pontos de Santos durante o pré-lançamento e todo o período da Bienal de Dança. O formato de residências artísticas, em que um coreógrafo de fora da cidade reside por um tempo em uma localidade e desenvolve um processo de criação com os artistas locais, tem sido uma prática recorrente na contemporaneidade em todo o mundo. A Bienal de Dança agrega a este tipo de experiência a oportunidade de que o trabalho desenvolvido realize uma longa temporada de apresentações e abarque um perfil de público diverso, já que ocupará diferentes pontos em vários dias e horários.

Viabilizar uma experiência artística sob forma de residência coreográfica promove o interjogo e a conexão entre vários aspectos: O encontro entre artistas de diferentes Lugares, confrontando modos de pensar e fazer dança e, a partir de então, a estruturação de cenas de dança que são o resultado do Jogo entre essas idéias e modos de pensar/ mover. A estrutura de residência artística permite a conexão entre aspectos pedagógicos e investigativos em dança e a produção e apresentação de produtos em processo. Integra artistas e públicos de diversos Lugares, regiões da cidade e, sendo assim, pessoas com interesses múltiplos e experiências de diferentes natureza. Promove a sensibilização do público à dança e a conexão entre esses muitos aspectos.

Conexões, este é o tema desta Bienal de Dança. Comunicação ou interligação entre dois elementos; estado de coisas ligadas; ligação de uma coisa a outra; nexo. Um festival internacional tem contido em sua natureza conectar pessoas, Lugares e modos de fazer/ pensar/ produzir a dança, um link que liga idéias e/ ou referências. Conexões também é um termo associado principalmente aos vôos; designa a necessidade de troca de aeronave em um determinado aeroporto para o prosseguimento da viagem até o destino final. A Bienal de Dança 2009 pode ser também esse ponto de troca capaz de conduzir os artistas e seus processos a um novo vôo e destino, capaz de promover novas conexões, relações, idéias e modos de fazer dança. Conexões é o ponto de encontro entre partes, espaços/ Lugares, interesses. Lugares estes dentro de uma perspectiva geofilosófica, linha de pensamento situada na filosofia de Deleuze e Guattari, marcada pelo devir que promove desterritorializações no pensamento, na linguagem e nas categorias espaço e tempo. Conexões que desterritorializam as danças de diferentes localidades promovendo o encontro rizomático entre artistas e idéias com o intuito de viabilizar novos vôos e possibilidades de danças/ ações/ criações.

Lígia Tourinho


www.jogocoreografico.com

Ficha Técnica:

Concepção e direção: Lígia Tourinho

Assistente de direção: Carol Boa Nova

Edição da vinheta: Daniel Ruiz

Locução da vinheta: Leonardo Stefano

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Lígia Tourinho é coreógrafa, atriz, diretora artística, e pesquisadores em Artes Cênicas. Idealizadora e diretora do Projeto “Jogo Coreográfico” – contemplado pelo “Prêmio Funarte de Incentivo à Dança Klauss Vianna 2007”, pelo edital da Prefeitura do Rio de Janeiro, “Ciranda nas Escolas”, e realizou uma série de atividades no Brasil e na Cidade do México. É Professora Doutora do Depto. de Arte Corporal da UFRJ. Em 2003/04 integrou o Grupo Profissional para o projeto “Ateliê Coreográfico”, Rio de Janeiro, quando atuou em vários processos criativos e performances em Dança. Desde 2006 tem atuado regularmente como jurada nos grupos de acesso do Carnaval Carioca junto aos quesitos “Comissão de Frente” e “Mestre-Sala e Porta-Bandeira”.

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