As escolhas da Bienal SESC de Dança
As escolhas da Bienal SESC de Dança
A bienal de dança de Santos engendrou a idéia de aproximar o público da arte da dança, criando alternativas para as expressões do corpo e o “ambiente-corpo-cidade” – sua geografia e arquitetura, elementos históricos desses espaços, integrando-os ao espaço/tempo, corpo/dança.
Bailarinos/criadores/intérpretes profissionais, ao iniciarem suas pesquisas ou percursos de criação, dispõem de estímulos criados por políticas governamentais, que atendem a uma necessidade de subvenções de mercado. Esse fato fez com que o evento fortalecesse o processo de seleção dos trabalhos a serem apresentados, porque traz em seus objetivos o incentivo à pesquisa da linguagem da dança, com espetáculos inéditos, oferecendo possibilidades para coreógrafos, coletivos/colaborativos, do Brasil.
A dinâmica que a seletiva oferece no seu formato abre espaço para a troca de informações e vivências entre criadores/intérpretes e as curadoras convidadas, reconhecidas profissionais da área de dança: Ana Teixeira e Sonia Mota.
Numa imersão de reflexões sobre as diversas linguagens dos trabalhos inscritos, apresentados em audição prática e virtual, as discussões sobre o espaço cênico e elementos da pesquisa corporal foram apresentados em processo de criação. Nesta experiência temos um importante exercício de estímulo à investigação e à experimentação da obra artística e seu entorno, o que efetiva o diálogo de idéias do criador e curadores. É a idéia da composição que conta para a conversa, são as idéias que estimulam as conexões, principal foco deste evento, com o intuito de acrescentar saberes de sua experiência de campo e vivência direcionando sua intervenção para transformar, refletir com o criador, observar signos da obra em sua comunicação, fortalecendo seu percurso de investigação.
A sexta edição da bienal selecionou trinta e dois grupos – de Santos, do interior de São Paulo, da capital e de vários outros estados, que apontam não para um panorama indistinto de todo o universo da dança, mas para um recorte que dá à Bienal um perfil claro de ambiente em que se projetam trabalhos nitidamente preocupados com os caminhos mais instigantes da dança contemporânea, e núcleos de difusão da dança em todo o país.
Rosa Mendez Freire
Coordenação Técnica da Bienal SESC de Dança
Rosa Mendez é assistente técnica do SESC Santos, pesquisadora em Dança, bacharel e licenciatura em Educação Física, possui especialização em Dança Educação, na pedagogia do método Laban, pelo Centro de Dança e Arte do Movimento e Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP.
Desde 1994 realiza trabalhos como técnica do SESC desenvolvendo programação de espetáculos e workshops do projeto Exercício da Dança, além da elaboração de cursos sobre dinâmicas das expressões corporais e artísticas. Responsável pela programação de eventos das Mostras de Dança Arte Educação (1995/1996) e Bienal SESC de dança, desde 1998.
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