Uma bailarina às avessas, de salto alto e de vestido preto. Se alguém viu por apenas um minuto o espetáculo-solo Occo, pode ter julgado assim Marcela Reichelt. Quem a acompanhou em sua uma hora de performance, no entanto, ficou impressionado com os resultados de um excelente e estudado trabalho de corpo.
“Clarice, o desejo é um risco bom; não tenho para onde voltar depois da liberdade: e a liberdade me joga no redemoinho da paixão. Apesar de ter a doença dos sentidos demais aguçados, elevo-me ao Himalaia desse amor que me perfura: estou em estado de insatisfeito: o amor é coisa intraduzível, mas reparto fragmentos de compreensão: o que importa é que eu não saia ileso. O desejo por onde começo a dizer que quero estar nele, ser por ele, contaminar-me de sua pele é uma aprendizagem.
Depois de ter colocado o público para assistir a um espetáculo de dança e videogame, o Cena 11, de Santa Catarina, realizou o seu Big Brother, em SIM ações integradas de consentimento para ocupação e resistência. Ação#3. Para recebê-lo, o fosso do teatro foi transformado em dois espaços, um tablado para bailarinos e 30 pessoas da plateia, e um auditório com cadeiras e duas tevês sintonizadas no primeiro espaço. Os ambientes eram divididos em dois por uma cortina preta.
Movimento e palavra, dança e literatura. A parceria de uma e outra deu efeito e surpreendeu em Leia-me, do Cia Movimento e Luz, do Rio de Janeiro. Criada e interpretada por Ivana Barreto, a instalação coreográfica misturou mensagens publicitárias projetadas na parede e no corpo da bailarina à sua coreografia.