CONTATO NO MUNDO PÓS-MODERNO (CENA 11)
O Cena 11 trouxe para a Bienal uma instigante discussão que bem representa uma angústia do mundo pós-moderno: as ações e reações do homem diante da aproximação física do outro (e de sua falta de), num mundo mediado pela tecnologia.
Vimos isso acontecer em Embodied Voodoo Game, onde o espectador/coreógrafo decide os contatos/ações entre os bailarinos/intérpretes, que portam-se como verdadeiros vodus. Abaixo, trecho da performance encenada no Itaú Cultural.
De forma agressiva, o Cena 11 parece nos cutucar, instigar reações, nos despertar.
Em SIM – Ações integradas de consentimento para ocupação e resistência/ ação# 3, senti na pele isso ocorrer novamente. Ao lado de outros espectadores enjaulados em uma caixa preta, reagíamos à “invasão” de espaço, ao contato físico dos intérpretes, que insistiam em tomar conta do lugar à sua maneira. Com o corpo, ora dizíamos não à ocupação do grupo, ora dizíamos sim.
Surpreendidos ao final pela presença da platéia que nos assistia o tempo todo pelas câmeras, compartilhamos a experiência. Foi marcante me perceber como parte de uma multidão. Teria sido muito interessante se tivéssemos nos organizado em uma contra-coreografia de ocupação de espaços. Mas, tomados pelo momento inusitado e pela pressa de tomar decisões, não nos permitimos nos comunicar. (Márcia Costa)
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