Era fim de inverno no cais de Santos em 1916. A Grande Guerra turbilhonava a Hospedaria dos Imigrantes até as muradas do Valongo sob a suspeita de sabotagem espiã infiltrando-se entre os carregadores, disputando trapiches apinhados de operários contratados à lavoura ou de capitalistas do café na ‘’Belle Époque’’, trajando ‘sportsman’ ou ‘dândy’.
A 6ª edição da Bienal Sesc de Dança não poderia ter começado mais quente. Neste domingo (dia 1º), 11 bailarinas santistas de vários grupos da Cidade apresentaram a performance Jogos Coreográficos, de Lígia Tourinho, do Rio de Janeiro, sob um sol de 30 graus, na Estação da Cidadania, no Parque Roberto Mário Santini e na Praça do Aquário.
Vivemos “crise de crescimento” nessa região de quase 2 milhões de habitantes: o Litoral Paulista, onde o Brasil começou como civilização. Nosso grande questionamento é como e quanto o impacto do progresso econômico vai refletir na Alma compartilhada, na nossa “convivencialidade” telúrica, naquilo que denomino “desejo” do espírito, “tesão” das subjetividades interelacionadas: Cultura. Santos, como epicentro dessa micro-cosmo regurgitando idéias, só conta hoje com 2 grandes eventos de repercussão internacional: o “Festival Música Nova” , fruto da resistência do genial compositor Gilberto Mendes e essa instigante “Bienal Sesc de Dança”: …