MAIS DE UMA ARTE
Assistindo ao paulistano Núcleo Fronteiras, com seu espetáculo/instalação As Minhas Tuas Lágrimas, no fosso do teatro, o público pode perceber que uma apresentação de dança contemporânea agrega hoje várias artes. Neste caso em especial, é dança, música, vídeo, poesia e artes plásticas. A propósit o, a bela e criativa instalação de José Silveira, Mariana Camargo e Tomás Rezende, com suas janelas, portas, lençóis e cortinas, pode ser visitada fora dos horários do espetáculo propriamente dito.
A instalação representa uma casa e o que se vê é um casal no dia a dia de sua convivência, em seus momentos de amor e de conflito. Ainda que reunindo tantas artes em um mesmo espaço e tempo, o pas de deux de dança contemporânea é um dos momentos de As Minhas Tuas Lágrimas. Há outros, porém: as imagens da mulher tomando banho de chuveiro e o texto dito nas formas de música e poesia. Cada forma de expressão toma sua parte no espetáculo e todas se completam e complementam.
No espetáculo Black Swan, de Gilles Jobin (Suiça), apresentado no teatro como convidado da Bienal, são os bailarinos que se misturam aos elementos de cena, bonecos e brinquedos infantis, alternando os papéis de protagonistas e coadjuvantes. ‘Brincam’ com marionetes e as conduzem em uma coreografia própria e lúdica. Tudo com o apoio da iluminação, que soma à performance interessantes efeitos especiais criando uma guerra entre cavalinhos de pelúcia.
A coreografia de Gilles Jobin mistura os homens aos animais e questiona quem é quem, em um autêntico exercício de dança contemporânea. Inquieta, provocadora e instigante.
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