Bienal SESC de Dança: Conexões » Reflexões http://www.mostrasescdeartes.com.br/bienaldanca2009 De 1 a 8 de novembro de 2009. Este ano, a Bienal SESC de Dança apresenta o tema "Conexões". Acesse e confira os artistas participantes, os locais e datas de apresentações, além de ler as últimas notícias no blog. Sun, 22 Nov 2009 12:29:04 +0000 http://wordpress.org/?v=2.8.4 en hourly 1 A arte de permanecer http://www.mostrasescdeartes.com.br/bienaldanca2009/?p=1170 http://www.mostrasescdeartes.com.br/bienaldanca2009/?p=1170#comments Thu, 22 Oct 2009 20:57:05 +0000 admin http://www.mostrasescdeartes.com.br/bienaldanca2009/?p=1170 A arte de permanecer

A Bienal SESC de Dança, que em 2009 traz como tema “Conexões”, integra um conjunto de ações do SESC SP que procuram difundir e democratizar o acesso às formas de arte contemporânea.

As conexões da dança se relacionam com as pessoas, com as realidades sociais, com as múltiplas formas de ser e estar no mundo. Conectar é colocar junto, é propor a aproximação, é entender que não estamos sozinhos.

As formas de conexões na Bienal SESC de Dança acontecem desde a relação com o espaço, com os trabalhos selecionados e em suas trocas de experiência, colocando em evidência a dança e suas problemáticas contemporâneas: as formas de fomento, produção e circulação da linguagem, sua relação com o público, sua memória, seu estado presente e suas possibilidades futuras, compondo um cenário otimista.

Otimismo que pode parecer, à primeira vista, ingênuo. Porém, um otimismo crítico fundamental para evidenciar o quanto se faz necessário a continuidade das ações culturais com dança neste país, independente das condições adversas que encontramos no tempo presente.

Continuar, no entanto, exige mais que otimismo. É preciso um olhar atento e rigoroso para analisar os pretextos que nos impedem de transformar o que nos incomoda. E é essa a importância de permanecer: proporcionar espaços, encontros, reflexões. E entender que uma mudança só acontece a partir de que se esgote um amplo espectro de possibilidades. Se pensarmos assim, estamos apenas começando.

Danilo Santos de Miranda

Diretor Regional do SESC São Paulo

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Danilo Santos de Miranda, especialista em ação cultural, é diretor do SESC – Serviço Social do Comércio no Estado de São Paulo. É formado em Filosofia e Ciências Sociais, realizou estudos complementares de especialização na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, na Fundação Getúlio Vargas de São Paulo e no IMEDE – Management Development Institute, de Lausanne, Suíça. Foi Presidente do Comitê Diretor do Fórum Cultural Mundial em 2004. Atua como conselheiro da Fundação Itaú Cultural, Museu de Arte Moderna de São Paulo, do Movimento Nossa São Paulo e como membro da Art for the World, na Suíça e do Conselho Estadual de Segurança Alimentar. Atualmente é vice-presidente continental da Federação Internacional de Esportes para todos – FISpT, vice-presidente da Associação Latino-Americana de Lazer e Tempo Livre, Presidente do comissariado brasileiro do Ano da França no Brasil 2009 e Presidente regional – América Latina e Caribe – do ICSW – Conselho Internacional de Bem Estar Social 2008 – 2010.

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Por uma dança conectada http://www.mostrasescdeartes.com.br/bienaldanca2009/?p=1150 http://www.mostrasescdeartes.com.br/bienaldanca2009/?p=1150#comments Thu, 22 Oct 2009 20:28:55 +0000 admin http://www.mostrasescdeartes.com.br/bienaldanca2009/?p=1150 Por uma dança conectada

“ L ´émancipation commence quand on  remet en question l´opposition entre regarder et agir (…)” Jacques Rancière

A ação cultural que prevê a difusão da dança contemporânea como linguagem artística é uma tarefa permanente do SESC SP. Na Bienal SESC de Dança isso se intensifica, com a presença concentrada de trabalhos coreográficos em Santos, SP. Sempre com um tema norteador, o evento já passou por: “Realidades e incentivos na Dança no Brasil” (1998), “Corpo Social” (2000), “Co-Autoria cultural” (2002), “Corpo brasileiro” (2004), “Memória que se inscreve” (2007) e agora em 2009 se debruça sobre as “Conexões”.

A escolha do tema CONEXÕES proporcionou um recorte com objetivo de agregar e discutir possibilidades. As formas de conexões em dança acontecem desde a sua relação mais óbvia a partir da temática dos trabalhos escolhidos até pela maneira como foi feita a seleção – tivemos conferências pela internet com profissionais da dança do Brasil inteiro, num encontro que só seria possível graças à tecnologia conectiva da rede. A própria produção e realização da Bienal, acontece em rede dentro do SESC SP, que movimenta e distribui as informações, garantindo que os artistas, pesquisadores e principalmente o público tenham acesso a uma programação de qualidade, com respeito, dignidade e excelência.

A oportunidade de ter trabalhos inscritos e contar com a presença de convidados externos para compor uma equipe de seleção foi um exercício interessante, que culminou em reflexões acerca das diferenças entre curadoria e seleção temática. A figura do curador (do latim curatore, aquele que cuida ou administra em nome de outrem, tutor) tem sido incumbida de sugerir e orientar o conteúdo de eventos e festivais de dança, a partir de temas e critérios estabelecidos por ele mesmo ou pela instituição promotora do evento. A principal diferença com a seleção temática, diz respeito à uma unidade conceitual que permeia todas as obras, ou que se identifica na composição geral da programação.

Nesta Bienal, optamos por selecionar trabalhos que de alguma maneira se conectassem com o tempo e com o espaço. O tempo entendido como o tempo-presente, o momento exato da feitura da dança e do movimento em relação direta com o espectador. O espaço, sugerido como a materialidade que cerca os corpos e que influência diretamente na maneira como a dança acontece.

Escolher, selecionar, recortar é um exercício que exige posicionamento. Esse posicionamento, por sua vez, é um jogo complexo entre o que se vê e o que se deseja ver, causando algumas contradições que permitem, de maneira sutil, que essa experiência produza sentido.

Marina Guzzo- Assistente da Gerência de Ação Cultural- SESC SP

Marina 01_Marina Guzzo, possui graduação em Psicologia pela PUC-Campinas (2001), graduação em Educação Física pela UNICAMP (2002), mestrado em Psicologia Social (”Risco como estética, corpo como espetáculo”) pela PUC-São Paulo (2004) e doutorado em Psicologia Social (”Dança em Ação: política de resistência no ENCARNADO de Lia Rodrigues”) pela PUC-São Paulo (2009). Atualmente é assistente da área de dança na Gerência de Ação Cultural do SESC SP.  Atua como professora, bailarina e acrobata em projetos artísticos. Sempre foi fascinada com a possibilidade de voar…

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Projeto Jogo Coreográfico na Bienal de Dança http://www.mostrasescdeartes.com.br/bienaldanca2009/?p=1101 http://www.mostrasescdeartes.com.br/bienaldanca2009/?p=1101#comments Thu, 22 Oct 2009 17:09:12 +0000 admin http://www.mostrasescdeartes.com.br/bienaldanca2009/?p=1101 Projeto Jogo Coreográfico na Bienal de Dança

O projeto Jogo Coreográfico é uma proposta interativa e divertida sob estrutura e forma de jogo com o objetivo de construir danças. Consiste em uma prática criativa: um processo de criação que não se esgota com o produto, a obra que é o próprio processo, valorizando a experiência viva, a manifestação das singularidades e as conexões entre processo e produto; artistas, obra e público. É uma idéia que reúne dança, improvisação e interatividade em um processo de criação livre e fluido que culmina na apresentação de performances que compartilham com o público a autoria das danças.

A realização desta idéia na cidade de Santos consiste na seleção de 14 bailarinos da cidade, no processo de criação das performances e em uma jornada de muitas apresentações em diferentes pontos de Santos durante o pré-lançamento e todo o período da Bienal de Dança. O formato de residências artísticas, em que um coreógrafo de fora da cidade reside por um tempo em uma localidade e desenvolve um processo de criação com os artistas locais, tem sido uma prática recorrente na contemporaneidade em todo o mundo. A Bienal de Dança agrega a este tipo de experiência a oportunidade de que o trabalho desenvolvido realize uma longa temporada de apresentações e abarque um perfil de público diverso, já que ocupará diferentes pontos em vários dias e horários.

Viabilizar uma experiência artística sob forma de residência coreográfica promove o interjogo e a conexão entre vários aspectos: O encontro entre artistas de diferentes Lugares, confrontando modos de pensar e fazer dança e, a partir de então, a estruturação de cenas de dança que são o resultado do Jogo entre essas idéias e modos de pensar/ mover. A estrutura de residência artística permite a conexão entre aspectos pedagógicos e investigativos em dança e a produção e apresentação de produtos em processo. Integra artistas e públicos de diversos Lugares, regiões da cidade e, sendo assim, pessoas com interesses múltiplos e experiências de diferentes natureza. Promove a sensibilização do público à dança e a conexão entre esses muitos aspectos.

Conexões, este é o tema desta Bienal de Dança. Comunicação ou interligação entre dois elementos; estado de coisas ligadas; ligação de uma coisa a outra; nexo. Um festival internacional tem contido em sua natureza conectar pessoas, Lugares e modos de fazer/ pensar/ produzir a dança, um link que liga idéias e/ ou referências. Conexões também é um termo associado principalmente aos vôos; designa a necessidade de troca de aeronave em um determinado aeroporto para o prosseguimento da viagem até o destino final. A Bienal de Dança 2009 pode ser também esse ponto de troca capaz de conduzir os artistas e seus processos a um novo vôo e destino, capaz de promover novas conexões, relações, idéias e modos de fazer dança. Conexões é o ponto de encontro entre partes, espaços/ Lugares, interesses. Lugares estes dentro de uma perspectiva geofilosófica, linha de pensamento situada na filosofia de Deleuze e Guattari, marcada pelo devir que promove desterritorializações no pensamento, na linguagem e nas categorias espaço e tempo. Conexões que desterritorializam as danças de diferentes localidades promovendo o encontro rizomático entre artistas e idéias com o intuito de viabilizar novos vôos e possibilidades de danças/ ações/ criações.

Lígia Tourinho


www.jogocoreografico.com

Ficha Técnica:

Concepção e direção: Lígia Tourinho

Assistente de direção: Carol Boa Nova

Edição da vinheta: Daniel Ruiz

Locução da vinheta: Leonardo Stefano

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Lígia Tourinho é coreógrafa, atriz, diretora artística, e pesquisadores em Artes Cênicas. Idealizadora e diretora do Projeto “Jogo Coreográfico” – contemplado pelo “Prêmio Funarte de Incentivo à Dança Klauss Vianna 2007”, pelo edital da Prefeitura do Rio de Janeiro, “Ciranda nas Escolas”, e realizou uma série de atividades no Brasil e na Cidade do México. É Professora Doutora do Depto. de Arte Corporal da UFRJ. Em 2003/04 integrou o Grupo Profissional para o projeto “Ateliê Coreográfico”, Rio de Janeiro, quando atuou em vários processos criativos e performances em Dança. Desde 2006 tem atuado regularmente como jurada nos grupos de acesso do Carnaval Carioca junto aos quesitos “Comissão de Frente” e “Mestre-Sala e Porta-Bandeira”.

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Sobre Conexões http://www.mostrasescdeartes.com.br/bienaldanca2009/?p=340 http://www.mostrasescdeartes.com.br/bienaldanca2009/?p=340#comments Mon, 19 Oct 2009 18:58:20 +0000 admin http://www.mostrasescdeartes.com.br/bienaldanca2009/?p=340 Sobre Conexões

Foi com muito prazer que participei da curadoria seletiva da 6ª Bienal SESC de Dança, pois vivendo e trabalhando há vinte anos fora do meu país, tive a chance, durante esses três dias intensos de seleção, de poder ver, analisar e entender bem de perto a atual produção da dança nacional.

Constatei, porém, com certo pesar, que o número de produções tende a ultrapassar o número de criações.  Encontrei muitas propostas vazias de conteúdo. Percebi as buscas, as tentativas, sobretudo as pesquisas e poucos achados. E perguntei-me: o que será que fundamenta a expressão da dança hoje em dia?

Descobri que esta não é só uma questão pessoal e sim de muita gente. Sobretudo do Sesc que, nesta iniciativa de apresentar uma Bienal sobre Conexões, busca encontrar respostas instigando seus participantes a investigar e explorar a arte da dança em relação ao espaço físico e ao espaço das relações humanas.

Mas será que podemos chamar de arte as buscas, pesquisas e tratados que fazem parte de todo processo de criação? Há tempos atrás uma grande atriz me disse: “ache, depois procure!” É nisso que acredito: primeiro criar e depois cuidar, lapidar, aperfeiçoar, analisar! Acredito também no famoso lema: menos é mais! Lema esse, a meu ver, necessário em todos os setores da vida contemporânea! Hoje tudo é muito: muito barulho, muita dívida, muito cansaço, muito stress, muita informação. Hoje temos muito pouco do silêncio, do pé de meia, da tranquilidade, da qualidade, da profundidade.

Na verdade desejei que esta Bienal se apresentasse cheia de espaços em branco. Espaços estes que teriam a função de estarem disponíveis para uma conexão com o vazio e com o pouco. Esses vácuos estariam assim, quem sabe, despertando curiosidade no público e nos artistas e, consequentemente, provocando uma maior reflexão sobre o tempo que vivemos e sobre a dança que fazemos. Sei que corro o risco de ser julgada pretensiosa, antidemocrática e elitista pensando assim, mas não seria mais instigante?

Chego a pensar que um dos fatores regentes desta grande proliferação de projetos seja a política de fomentos. Na década de 80 a possibilidade de se conseguir um patrocínio para um trabalho era um sonho ridiculamente quixotesco. Hoje este sonho se torna realidade: a dança está sendo agraciada por um número grande de subvenções e incentivos. No entanto, são poucos os trabalhos que realmente provocam “aquele não sei o quê” que mexe com a gente, que nos alerta sobre algo, que nos inspira a fazer algo, que faz com que a gente não tenha vontade de ir embora do teatro após o espetáculo!

Que me perdoem os artistas participantes e a própria direção do Sesc por esta minha crua e antidiplomática franqueza! Ela provém do grande respeito e amor que sinto pelo exercício desta profissão tão árdua e tão querida. Por isso, mesmo estando um tanto desiludida, junto-me à proposta do Sesc de apresentar para o nosso público um panorama bem abrangente da dança que se faz hoje no país. Talvez após a vivência destas conexões, descobrir-se-á o que realmente nos conecta com esse “algo mais” que todos nós buscamos. Sou solidária também aos meus colegas desta curadoria, na certeza de que nossos escolhidos buscarão, com toda a verdade a que se propõem, conectar suas pesquisas aos espaços escolhidos na sede do Sesc Santos e nos cantos pitorescos desta importante cidade da cultura paulistana.

Sônia Mota – setembro de 2009

Sonia rindoMG

Sônia Mota nasceu em 1948, São Paulo/ Brasil. Nas décadas de 70 e 80, exerceu um papel decisivo na dança contemporânea brasileira como bailarina, professora e coreógrafa. Mudou-se em 1989 para Colônia na Alemanha e até 2004, trabalhou exclusivamente como professora de dança para diversas escolas e companias profissionais da Europa. Em 2005 Sônia retornou ao palco com o solo VI-VIDAS , 1a parte da sua trilogia sobre o feminino na sociedade contemporânea. O duo QuaaDriDuuo, 2a parte da trilogia, entra em cartaz em 2007. Nesta produção Sonia questiona a relação do casal na esfera privada social. Em 2009, Sônia completará sua trilogia com TRISTEZA & JOSEFINE uma poesia dançante sobre as relações entre mães e filhas. Vi-vidas foi nomeado em 2005, como um dos cinco melhores espetáculos de dança da cidade de Colônia.

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As escolhas da Bienal SESC de Dança http://www.mostrasescdeartes.com.br/bienaldanca2009/?p=335 http://www.mostrasescdeartes.com.br/bienaldanca2009/?p=335#comments Mon, 19 Oct 2009 18:56:32 +0000 admin http://www.mostrasescdeartes.com.br/bienaldanca2009/?p=335 As escolhas da Bienal SESC de Dança

A bienal de dança de Santos engendrou a idéia de aproximar o público da arte da dança, criando alternativas para as expressões do corpo e o “ambiente-corpo-cidade” – sua geografia e arquitetura, elementos históricos desses espaços, integrando-os ao espaço/tempo, corpo/dança.

Bailarinos/criadores/intérpretes profissionais, ao iniciarem suas pesquisas ou percursos de criação, dispõem de estímulos criados por políticas governamentais, que atendem a uma necessidade de subvenções de mercado.  Esse fato fez com que o evento fortalecesse o processo de seleção dos trabalhos a serem apresentados, porque traz em seus objetivos o incentivo à pesquisa da linguagem da dança, com espetáculos inéditos, oferecendo possibilidades para coreógrafos, coletivos/colaborativos, do Brasil.

A dinâmica que a seletiva oferece no seu formato abre espaço para a troca de informações e vivências entre criadores/intérpretes e as curadoras convidadas, reconhecidas profissionais da área de dança: Ana Teixeira e Sonia Mota.

Numa imersão de reflexões sobre as diversas linguagens dos trabalhos inscritos, apresentados em audição prática e virtual, as discussões sobre o espaço cênico e elementos da pesquisa corporal foram apresentados em processo de criação. Nesta experiência temos um importante exercício de estímulo à investigação e à experimentação da obra artística e seu entorno, o que efetiva o diálogo de idéias do criador e curadores. É a idéia da composição que conta para a conversa, são as idéias que estimulam as conexões, principal foco deste evento, com o intuito de acrescentar saberes de sua experiência de campo e vivência direcionando sua intervenção para transformar, refletir com o criador, observar signos da obra em sua comunicação, fortalecendo seu percurso de investigação.

A sexta edição da bienal selecionou trinta e dois grupos – de Santos, do interior de São Paulo, da capital e de vários outros estados, que apontam não para um panorama indistinto de todo o universo da dança, mas para um recorte que dá à Bienal um perfil claro de ambiente em que se projetam trabalhos nitidamente preocupados com os caminhos mais instigantes da dança contemporânea, e núcleos de difusão da dança em todo o país.

Rosa Mendez Freire

Coordenação Técnica da Bienal SESC de Dança

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Rosa Mendez é assistente técnica do SESC Santos,     pesquisadora em Dança, bacharel e licenciatura em Educação Física, possui especialização em Dança Educação, na pedagogia do método Laban, pelo Centro de Dança e Arte do Movimento e Mestre em Comunicação e Semiótica pela  PUC/SP.

Desde 1994 realiza trabalhos como técnica do SESC desenvolvendo programação de espetáculos e workshops do projeto Exercício da Dança, além da elaboração de cursos sobre dinâmicas das expressões corporais e artísticas.  Responsável pela programação de eventos das Mostras de Dança Arte Educação (1995/1996) e Bienal SESC de dança, desde 1998.

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Espaço de possibilidades e de reflexões http://www.mostrasescdeartes.com.br/bienaldanca2009/?p=243 http://www.mostrasescdeartes.com.br/bienaldanca2009/?p=243#comments Mon, 19 Oct 2009 17:56:44 +0000 admin http://www.mostrasescdeartes.com.br/bienaldanca2009/?p=243 6a Bienal de Dança Sesc Santos – Espaço de possibilidades e de reflexões

Fazer parte da equipe que selecionou as propostas artísticas enviadas para a 6a Bienal de Dança do Sesc Santos me impulsionou a refletir sobre vários pontos. Exponho-os aqui, em poucos parágrafos, como forma de compartilhar questões, que considero pertinentes, sobre modelos de mecanismos para incentivar a produção de dança no Brasil.

Sublinhar a importância desse tipo de iniciativa do Sesc Santos é extremamente importante. Trata-se de iniciativa que promove encontros entre os profissionais; debates com especialistas, artistas e o público em geral; mostras de espetáculos, lançamentos de produções bibliográficas. Também possibilita criar um panorama a partir de algumas produções brasileiras de dança e permite ao participante, de modo geral, valer-se desse espaço também para refletir sobre essa arte.

O Sesc vem investindo arduamente na circulação dos diferentes modos de entender  as danças que estão sendo produzidas em várias regiões do país, criando um diálogo necessário e propondo trocas de ideias num contínuo fluxo. São ideias que se cruzam, se permeiam, passam de raspão, se chocam, se hibridizam, se desconhecem e que conversam.

Dessa forma, discutir em conjunto a maneira de entender hoje os modelos e formatos dessas iniciativas seria, quem sabe, uma maneira de contribuir com o desenvolvimento de um outro jeito de pensar esses mecanismos já existentes, para que elas se tornem ainda mais louváveis.

Nesse sentido, indaga-se: é necessária essa reflexão? Haveria outro jeito de pensar essas iniciativas? Como entender a implementação de um eixo curatorial; a curadoria nesse contexto; o papel do “selecionador” ou “curador”? Do que se tratam o ato de selecionar e o de exercer a função de curador nesses casos? Como os artistas transitam nas categorias “espetáculo”, “performance”, “intervenção”, “inédito”, “trabalho de pesquisa e investigação”, “trabalho em processo”, “escrita de projeto”…? De que espaço um trabalho necessita? Será que ele vem necessitando de um espaço que permita sua exibição independente da proposta? Está-se produzindo dança para dar conta e se encaixar nas iniciativas ou as iniciativas estão atentas aos rumores da dança e, por isso, estão sendo lançadas? Será que são as iniciativas que estão determinando o desenvolvimento da dança ou é uma conversa de vai e vem?

Outros norteadores poderiam ser apontados, no sentido de entender que uma área de conhecimento se constroi justamente na articulação entre criação – produção e distribuição, sublinhando a importância de iniciativas que exponham a necessidade de avanços ainda não realizados. Mas trazê-los à reflexão é possível por estarmos nesse ambiente que vem montando vários andaimes para que as interlocuções sobre a produção de dança no Brasil se construa sendo compreendida como arte.

Ana Teixeira

Setembro/2009

ANA TEIXEIRA-foto Silvia Machado

Ana Teixeira é pesquisadora, doutoranda em Comunicação e Semiótica (2009-PUC/SP) e mestre pelo mesmo programa (2008). Formada em Educação Física pela Universidade de Caxias do Sul (1991-UCS-RGS), e em Arts du Spectacle Mention Danse (2002-Université Paris VIII-França). Atuou como bailarina profissional entre os anos de 1988 a 2004, dentre as companhias que integrou destacam-se o Balé da Cidade de São Paulo e StaatsTheater Kassel (Alemanha).  Foi
 Diretora Artística Assistente do Balé da Cidade de São Paulo (2003 a 2009). Atualmente é consultora para o programa “Dança Contemporânea” do Sesc-SP e pesquisadora para a “Enciclopédia Itaú Cultural de Dança”.

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